31 de janeiro de 2010
24 de janeiro de 2010
TARÔ E POESIA
PLANTIOS
planta em mim
dos pés
o peito de flores
guirlanda sobre este teu solo lírico
pomares contidos
cheiros teus, húmus humores
onde caiba a raiz
a percorrer o território inteiro
de heras e amores
a tua seiva-luz, geração
do mar do cultivo
de tempestades em folhas
alimento do amor
planta em mim
as ondas da Terra
ROSANE CARNEIRO
in Corpo Estranho, Editora da Palavra
Rio de Janeiro, 2009
in Corpo Estranho, Editora da Palavra
Rio de Janeiro, 2009
2 de janeiro de 2010
QUANDO A MULHER É O DIABO
15
(...) Mas eu não sei o motivo, não sei porquê ela fez isso comigo. Eu achava que ela me amava. Desde sempre. Mas quando começou a falar em filho, em trabalho melhor e em religião da terra, fiquei com medo. Muito medo. É isso que eu proporciono pra ela? Dinheiro, esperma, fé? Eu, hein. Fico aqui mesmo, deixa ela se foder do jeito que achar melhor. Sei que não tem outro na jogada, o lance é comigo. O problema sou eu. Mas ela é que é o inferno em pessoa. Colocava as botas, saia curtinha e vestido - tudo preto, tudo novo. Me dava um beijo de língua, me empurrava e falava pra fazer miojo na janta. Eu fazia. Esperava ela voltar enquanto o maço ia esvaziando. Nunca notei nada. Mas sei que a mulher é o diabo. E mais underground que a minha, impossível.
Leonardo Chioda
QUANDO A MULHER É O DIABO, conto inédito.
Imagem do blog Hail Satin!
encontrada no Kaliyuga Blues, blog do escritor Daniel Pelizzari.
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